20
de dezembro de 2010 AD
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Nota
do tradutor: Há uma calúnia disseminada na internet dando
conta que R. J. Rushdoony negava o holocausto.
Esse tipo de calúnia causa perplexidade aos verdadeiros leitores das
obras de Rushdoony. E há uma razão para isso: o holocausto raramente é
mencionado nos escritos volumosos de Rushdoony. Ele nunca escreveu um livro
sobre o assunto, e nenhum artigo importante. Assim, o que alguns chamam de “os
escritos sobre o holocausto de Rushdoony” consiste na verdade de algumas poucas
páginas num único livro, que contém mais de 800 páginas.
Refiro-me ao seu livro Institutes of Biblical
Law, volume I, página 585 em diante, numa seção chamada The Lying Tongue [A Língua Mentirosa]. Nessa seção
Rushdoony aludia ao exagero acerca do mal, para torná-lo pior nas pessoas
moralmente embotadas. Ele incluía aqui tanto historiadores como céticos do
holocausto.
Nessa seção, Rushdoony de forma alguma negava o holocausto. Ele se
referia a algumas pessoas que exageravam o mal para fazê-lo parecer pior do que
realmente era. Ele falava sobre os conceitos de exagero e mentira!
A edição de setembro de 2000 da Chalcedon Report (agora Faith for All of Life), poucos meses antes de Rushdoony
falecer, havia sido totalmente dedicada ao tópico The Racialist Heresy [A Heresia Racista]. Nessa
edição Rushdoony escreveu sobre “Exagero e Negação”, que é o texto traduzido
abaixo.
Minha pergunta é a seguinte: como alguém que afirma o holocausto ― mas observa a tendência de
alguns em exagerar o número de mortes para tornar o mal do holocausto ainda
mais terrível ― pode ser alguém que nega o
holocausto?
Minha recomendação a esses caluniadores é que eles consultem as fontes e
não dependam de consultas na internet e de frases descontextualizadas. Leiam o comentário de Rushdoony sobre o nono
mandamento ― sobre mentira e exagero, e como isso é pecaminoso. Isso revelará o
contexto apropriado para o que Rushdoony escreveu no texto a seguir. Reitero: é
pecado mentir e exagerar fatos para tornar uma coisa pior do que ela realmente
é.
Por fim, outra calúnia frequente contra o nosso autor é que ele era
racista. Trata-se de um absurdo, e mostra como essas pessoas desconhecem
Rushdoony, sua história e seus escritos, mas este é assunto para outro artigo.
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O relativismo é central para o mito da neutralidade. Repórteres modernos
vão longe para tornar legítima a oposição a toda ideia ou ação, não importa
quão insana. A um pequeno punhado de piquetes será dado o mesmo espaço de tempo
de um batalhão de milhares deles, tal é o imperativo para alguém parecer neutro
e objetivo. Isso tem levado a um ciclo vicioso de exagero e negação, ambos
legitimados pelo desejo professo da mídia de “apresentar os dois lados”.
Em anos recentes, a imprensa norte-americana exaltou o falecido
presidente croata Franjo Tudjman, homem cujos escritos tentaram empregar
princípios bíblicos para uma limpeza étnica. Posteriormente essas mesmas
agências de notícias recontariam “o genocídio em massa noticiado” por sérvios
contra albaneses étnicos.
É difícil imaginar que alguém possa negar a realidade do assassinato em
massa que caracterizou o século vinte, refira-se ele aos milhões de armênios
assassinados pelos turcos, aos milhões de judeus assassinados pelos nazistas ou
aos incontáveis milhões assassinados pelos comunistas na China, Rússia e
Camboja.
Em meu livro Institutes of Biblical Law [Institutas
da Lei Bíblica], observei que o alcance desse tipo de assassinato em massa
havia entorpecido a tal ponto a consciência moderna que o assassinato de um
“mero” milhão ou dezena de milhões não era mais motivo de choque, induzindo
alguns a inflar o alcance de atrocidades menores, com receio de que não
estivessem parecendo suficientemente horríveis.
Não era meu propósito entrar em um debate sobre números, se haviam sido
mortas milhões ou dezenas de milhões de pessoas, uma área que deve ser deixada
a outros com experiência em tais questões. Meu argumento então, e também agora,
é que em todas essas questões, o que o nono Mandamento exige é a verdade, e não
o exagero, independente da causa que se busca servir. É tão errado exagerar com
o objetivo de chocar, como aconteceu, resta agora evidente, nos primeiros
relatórios do “genocídio” sérvio, quanto é errado negar a realidade do que
fizeram os nazistas e, no caso dos comunistas, do que ainda fazem.
O revisionismo histórico condena o futuro a agir pelas regras perigosas
do exagero e da negação. Como então observei, isso inevitavelmente levará a
horrores ainda maiores, na medida em que a barreira da capacidade de chocar
estiver continuamente se elevando. Este é o verdadeiro perigo do mito da
neutralidade, onde a lei de Deus é vista meramente como “um lado do debate”.
Fonte: Extraído da revista Faith for All of Life,
edição de setembro de 2000 (A Heresia Racista).
Tradução: Felipe
Sabino de Araújo Neto. Dezembro/2010.
ICET - Instituto de Cultura e Educação Teonomista
E-mail: culturateonomista@gmail.com
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