26 de dezembro de
2011 AD
Porque o homem é um
pecador, ele não pode tomar as justiças nas suas mãos: “Não te vingarás” (Lv
19.18). Visto o homem não ser Deus, ele não pode portanto assumir o trono do
juízo de Deus para julgar os homens nos seus próprios termos. Não podemos
condenar os homens por seus gostos ou desgostos em relação a nós. Podemos
julgá-los em relação a Deus, cuja lei (somente ela) governa e julga todos os
homens. O julgamento pessoal é proibido: “Não julgueis…” (Mt 17.1), mas
requer-se de nós o seguinte: “julgai segundo a reta justiça” (João 7.24).
O princípio paulino
(Romanos 13.10) declara de forma clara o assunto com respeito ao amor: primeiro, ele não faz mal ao próximo; segundo, o amor é o cumprimento da lei.
“O amor não faz mal ao próximo. De sorte que o cumprimento da lei é o
amor.” – Romanos 13. 10
Fazer mal ao próximo é dessa forma claramente proibido.
É uma forma de matar a vida e liberdade do
nosso próximo. O fato que tanto a vida como a liberdade estão em vista nesta
lei demonstra-se a partir das jurisprudências da Escritura. Dessa forma, o
único tipo de escravidão permitido é a escravidão voluntária, como Deuteronômio
23.15, 16 deixa muito claro. A lei bíblica permite a escravidão voluntária pois
reconhece que algumas pessoas não são capazes de manter uma posição de
independência.
“Não entregarás a seu senhor o servo que, tendo fugido dele, se acolher
a ti; contigo ficará, no meio de ti, no lugar que escolher em alguma das tuas
portas, onde lhe agradar; não o oprimirás.” ~ Deuteronômio 23.15, 16
Unir-se
voluntariamente a um homem capaz e servir tal homem, protegido pela lei, é
portanto uma forma legítima de vida, embora menos digna. O senhor então assume
o papel de benfeitor, aquele que concede o bem-estar, e não o Estado, e o
escravo fica protegido pela lei do Estado. Um escravo fugitivo, portanto, não
pode ser restaurado ao seu senhor: ele está livre para ir embora. A exceção é o
ladrão ou o criminoso que está trabalhando por sua restituição.
O Código de Hamurabi decreta a morte para o homem que abriga um escravo
fugitivo; a lei bíblica fornece liberdade ao escravo. O escravo na casa do
senhor habitará “no lugar que escolher em alguma das tuas portas, onde lhe
agradar; não o oprimirás” (Dt 23.16).
Os cristãos não
podem se tornar escravos voluntariamente; eles não podem se tornar escravos de
homens (1Co 7.23), nem se submeter “de novo, a jugo de escravidão” (Gl 5.1).
Fonte: Rushdoony, R.
J. (1973). The Institutes of Biblical Law,
volume one.
Tradução: Felipe Sabino
de Araújo Neto – setembro/2011
ICET - Instituto de Cultura e Educação Teonomista
E-mail: culturateonomista@gmail.com
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